As chuvas que caíram no Compartimento da Borborema, na tarde de ontem, provocaram um apagão na rede elétrica, deixando as cidades de Campina Grande, Fagundes e Massaranduba, além do distrito campinense de Galante, sem energia. Em função dos fortes ventos, o Corpo de Bombeiros atendeu a chamados em vários pontos da cidade, em função da queda de árvores, mas a ocorrência mais grave foi no campus da Universidade Estadual da Paraíba - UEPB, em Bodocongó, onde uma árvore caiu sobre um veículo Monza pertencente a estudante de Química Industrial, Rayane Cardoso Leão.
Os fortes ventos causaram alguns prejuízos. Carro de estudante foi atingido por árvore no campus da UEPB Foto: Paizinha Lemos/UEPB/Divulgação
A professora Clesia Pachú é outra vítima. No momento da chuva, ela estava tentando estacionar seu carro na Rua Maciel Pinheiro, no Centro, quando parte do afasto cedeu, o carro ficou preso no buraco. O fato aconteceu em função das obras que estão sendo feitas para a colocação de fibra ótica na área central da cidade.
Com relação à interrupção no fornecimento de energia elétrica, a Energisa Borborema informou que ocorreu das 14h22 às 14h47 e atingiu os bairros do Catolé, José Pinheiro, Monte Castelo, Santo Antônio e no Centro de Campina Grande. Cerca de 250 mil pessoas ficaram às escuras, tendo o blecaute sido motivado por uma descarga atmosférica (raio), que atingiu a rede de baixa e média tensão da Energisa, nas imediações da Vila Castelo Branco, e também equipamentos da Chesf.
Boa parte da área central de Campina ficou sem energia, causando transtornos às pessoas que resolviam problemas em bancos, casas lotéricas e no comércio.
O Núcleo de Marketing, Comunicação e Cultura da Energisa comunicou que a empresa ainda não tinha recebido nenhuma reclamação de usuários por conta de queima de equipamentos eletroeletrônicos por conta da falta brusca de energia; no entanto, as pessoas que tiverem prejuízos poderão procurar a concessionária
A meteorologista da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba - Aesa, Marle Bandeira, informou que as chuvas que começam a cair na região são previsíveis, levando em conta que é o início do período chuvoso no Agreste, Brejo e Litoral, que também registraram índices pluviométricos satisfatórios ontem.
Seca verde
Com relação às chuvas no Sertão, Cariri e Curimataú, quase 100% das plantações já morreram em vários municípios por falta das precipitações. Em Sousa, as lavouras plantadas em janeiro/fevereiro não suportaram a estiagem dos últimos dias. "Estou esperando que volte a chover para que possamos voltar a plantar", disse o agricultor Severino Antônio de Souza Andrade.
Em Taperoá, no Cariri paraibano, a situação não é diferente. Segundo Marcos Antônio de Araújo, responsável pela observação dos índices pluviométricos no município, a lavoura plantada no mês de janeiro está toda perdida.
Ele informou que nos meses de dezembro e janeiro foram registrados em torno de 150 milímetros; no entanto, a sequência de chuvas provocou grande prejuízo no campo. Nos últimos dias, choveu duas vezes na cidade: 33mm e 10mm. Na Zona Rural, os agricultores se preparam para plantar novamente, especialmente milho e feijão, caso volte a chover satisfatoriamente.
O secretário executivo estadual de Desenvolvimento Agropecuário, Ronaldo Torres Soares, informou ontem que a pasta tem conhecimento dos prejuízos por conta da falta de chuva no interior do estado; no entanto, não sabe mensurar as perdas registradas até o momento. No início de abril, em reunião com outros órgãos, a secretaria vai fazer uma avaliação dos levantamentos que estãos sendo feitos para saber da dimensão dos prejuízos.
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