sábado, 27 de março de 2010

Chuvas ficarão abaixo da média no Estado


Chuvas abaixo da média em boa parte do Estado. Esta é uma das previsões do prognóstico climático divulgado ontem pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A estimativa é de que nos meses de abril, maio e junho, as chuvas fiquem abaixo da média no Semiárido e consigam atingir a média, ou fiquem bem próximo disto no Agreste e no Litoral do Estado. De acordo com o prognóstico do Inmet, este fenômeno é ocasionado pelo “El niño”, que ocasiona a redução de chuvas em toda a região Nordeste do Brasil.

Segundo o chefe da sessão de previsão do tempo do Inmet em Recife, Ednaldo Araújo, a redução de chuvas no Semiárido já pode ser considerada preocupante e poderá influenciar de maneira negativa a agricultura e o abastecimento de água. “O período chuvoso no Semiárido vai de janeiro a meados de abril e até agora as chuvas estão bem abaixo da média. Como já está acabando o período chuvoso da região e ainda não chuveu o suficiente para ter reservas é provável que o Semiárido tenha problemas na agricultura e no abastecimento”, comentou.

Já nas regiões do Agreste e Litoral, o Inmet prevê 40% de probabilidade para que as chuvas atinjam a média histórica para os meses de abril, maio e junho e 25% de probabilidade para que as chuvas fiquem acima da média. As médias históricas para o Agreste e Litoral são de 420 mm para abril, 360 mm para maio e 300 mm para junho.

De acordo com Ednaldo, no mês de abril, no Semiárido historicamente chove em média 40 mm e neste ano, provavelmente esta média não será atingida. Já nos meses de janeiro a março, quando historicamente chove mais, os índices de precipitação registrados já estão demonstrando a redução da quantidade de chuvas neste ano.

Nos registros do Inmet, o Semiárido do Estado é representado pelas cidades de Patos e São Gonçalo, que registraram chuvas bem abaixo da média no mês de fevereiro. A média histórica de chuvas na região de Patos para o mês de fevereiro é de 141 milímetros (mm) e, segundo o Inmet, neste ano choveu apenas 29 mm no mês inteiro. Já em São Gonçalo a média de chuvas é de 186 mm, mas neste ano choveu apenas 50 mm.

A mesma tendência é observada já no mês de março. Quando de acordo com a média histórica deve chover 227 milímetros na região de Patos e até ontem havia chovido apenas 80 mm. Já em São Gonçalo, a média histórica é de 249 mm e até ontem choveu apenas 49 mm. “Pode até ser que aconteçam boas chuvas neste final de mês e a média histórica para março seja atingida, mas é pouco provável”, comentou.

Chuvas no Litoral

Segundo Ednaldo Araújo, neste mês, a média histórica para a chuva na região metropolitana de João Pessoa é de 227 milímetros, mas até a manhã de ontem, havia chovido apenas 15 mm.

Entretanto, mesmo com pouca chuva, a aproximação do período mais frio já anima vendedores de guarda-chuvas e sombrinhas. O vendedor Carlos Eduardo Bandeira, de 24 anos, que há mais dez anos trabalha vendendo sombrinhas, afirmou que as vendas já começaram a aumentar. “Ainda está um pouco devagar, mas já está ficando melhor. Em janeiro e fevereiro eu conseguia vender mais ou menos cinco guarda-chuvas por dia, agora já chego a vender 30”, afirmou.

A dona de casa Geovana Silva de Souza, de 21 anos, também já comemora a aproximação do inverno. “Está começando a chover e já está bom porque diminui um pouco o calor. Estava fazendo tanto calor que eu chegava a pensar que eu ia morrer”, disse. Geovana fez ainda um alerta à população quanto ao lixo jogado no chão que pode entupir boeiros e causar alagamentos. “O problema da chuva é que o lixo jogado no chão acaba acumulando água nos esgotos. Eu mesma não sei jogar lixo no chão”, comentou.

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