
A coordenadoria jurídica da coligação Uma Nova Paraíba, aliança do ex-prefeito Ricardo Coutinho (PSB), entrou com representação eleitoral na manhã desta segunda-feira levantando suspeitas sobre o Ibope, que teve números da corrida para o governo do Estado divulgados na última sexta-feira.
Na representação, a aliança de Ricardo questiona os números e chega a acusar o instituto de fraude.
Toda a acusação se baseia num documento: pesquisa de consumo interno feita pelo próprio Ibope apontando vantagem menor do governador José Maranhão (PMDB) sobre Ricardo Coutinho na disputa pelo governo.
A pesquisa divulgada pela TV Cabo Branco na última sexta, apontando Maranhão com 53% e Ricardo com 31%, foi realizada entre os dias 24 e 26 de agosto. A Coligação do PSB apresenta na representação pesquisa feita pelo mesmo Ibope entre os dias 21 e 23 do mesmo mês. Ou seja, concluída um dia antes do início da pesquisa divulgada sexta.
Os números da primeira pesquisa, no entanto, não podem ser divulgados porque a consulta não foi registrada. Mas para a Coligação são suficientes para mostrar que há uma distorção.
Os números divulgados pelo Ibope na sexta estão fora da margem de erro da pesquisa feita pelo instituto pra consumo interno.
A aliança de Ricardo quer que o Tribunal Regional Eleitoral chame o Ibope para dar esclarecimentos sobre a existência as divergências das duas pesquisas ou sobre a existência de dois relatórios para a mesma pesquisa. E, em sendo confirmada a denúncia, que o Ibope se posicione publicamente na Paraíba a respeito do caso.
“O Ibope tem um histórico de erros e até agora estávamos pensando que era um erro. Mas diante da existência de uma pesquisa feita pelo próprio Instituto resolvem entrar com essa representação para que o instituto se explique”, declarou o advogado Fábio Andrade, que protocolou a representação na manhã de hoje, orientado pela coordenação jurídica da Coligação Por Uma Nova Paraíba.
O jornalista Luis Torres apurou que a pesquisa Ibope que não foi divulgada e é material principal da representação foi solicitada por um empresário paraibano, que pagou por ela e que teria como provar a legitimidade da consulta.
É preciso registrar que, independentemente de qualquer coisa, o Ibope tem a obrigação de passar esse assunto a limpo. Primeiro, em respeito ao seu principal cliente: a TV Cabo Branco, que não pode ser, sob hipótese alguma, envolvida nesse processo em razão da credibilidade que conquistou durante décadas de cobertura das eleições.
Depois, em respeito à legislação eleitoral que pune veementemente pesquisas fraudulentas com intuito de beneficiar candidaturas.
Claro que a aliança de Ricardo Coutinho se sentiu abalada com os números divulgados sexta e que faria de tudo para descredenciá-la, exigindo portanto cautela na análise das denúncias divulgadas nesta sexta.
De toda forma, estamos diante de um caso que merece apuração. Sem açodamento nem muito menos ingenuidade.
Luís Tôrres
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