sábado, 10 de agosto de 2013

Pesquisa interna motivou SBT a apostar na segunda tela


Investimento nas redes sociais fez do canal o mais popular da internet – desempenho que, como já provaram pesquisas, pode se reverter no Ibope

Mariana Zylberkan
Programa do Ratinho
Programa do Ratinho (Reprodução)
Ampliar para as redes sociais as discussões suscitadas pelo apresentador Ratinho em seu programa foi o primeiro passo dado pelo SBT para se tornar a emissora de TV aberta mais popular no Twitter e no Facebook. Canal que mais investe na chamada segunda tela no país, o SBT é líder no ranking elaborado pela plataforma TV Square, criada para reunir comentários sobre programas de TV postados nas mídias sociais. Durante o mês de julho, os programas da emissora de Silvio Santos foram alvo de 30,8% dos comentários publicados nas redes; as produções da Globo somaram 21,4% no mesmo período e as da Record, 8,6%.
LEIA TAMBÉM: VEJA lança rankings de audiência de ‘segunda tela’  

A vontade do público de opinar sobre os temas debatidos pelo apresentador foi detectada por uma pesquisa realizada pelo SBT e, para atender à demanda, Ratinho passou a incentivar, no ar, os espectadores a usar hashtags (palavras precedidas de jogo-da-velha, #, que agrupam mensagens) em conversas no ambiente virtual. A eficácia da iniciativa, simples e barata, é comprovada pelo fato de o Programa do Ratinho liderar o ranking de atrações televisivas mais comentadas no Facebook e Twitter. O esforço do SBT em prolongar a experiência de seus programas nas redes sociais tem movimentado também volumes significativos de comentários durante a exibição dos capítulos das novelas da mexicana Televisa, reprisadas mais do que deveriam na faixa vespertina do canal da Anhanguera.

Nesta semana, o SBT teve uma prova concreta da sua relevância nas redes sociais. Sua página no Facebook, que reúne 1,6 milhão de seguidores, foi a primeira entre as TVs aberta brasileiras a receber o selo de verificação da empresa de Mark Zuckerberg. O selo é concedido espontaneamente pelo Facebook, não pode ser solicitado pelas companhias que hospedam suas páginas no site.

É comum na TV ver apresentadores pedirem ao público para acessar a página de seus programas nas redes sociais. A diferença em relação ao SBT é que seu público não apenas marca presença, mas também interage, prática incentivada pelo canal, que sempre investiu bastante em canais diretos com o espectador, como os telefonemas. Exemplo emblemático é o da série Chaves, presente na programação há quase 29 anos, e que suscita protestos inflamados do público toda vez que o SBT ameaça tirá-la do ar. Além de Chaves, os fãs abraçam com toda a força e vontade ídolos de produções como Marimar e A Usurpadora, grandes sucessos da teledramaturgia mexicana exibidos pelo SBT. Thalia e Gaby Spanic, respectivamente as protagonistas destas tramas, têm sites dedicados a elas por aficionados.

“O SBT quer estar em todas as redes porque oferece um conteúdo que agrada a todos e que não é apelativo, o que nos distancia da possibilidade de colher qualquer repercussão negativa de grandes proporções”, diz Diego Felice, gerente de novas mídias da emissora.

A estratégia de ser vista como uma TV de família e, portanto, merecedora do aval do público no ambiente virtual foi traduzida na mais recente campanha publicitária do canal. Batizada de “Compartilhe o Melhor”, a ação coincidiu com a retomada da vice-liderança no horário nobre, impulsionada pela tacada certeira de Silvio Santos de levar ao ar no ano passado o remake deCarrossel, sucesso infanto-juvenil dos anos 1990, agora sucedido por Chiquititas.

Mais do que acompanhar a evolução da forma como o público se relaciona com a TV, a relevância do SBT na segunda tela no Brasil atrai novos negócios. De acordo com o gerente de novas mídias, Diego Felice, os cifrões se traduzem em posts patrocinados na página oficial da emissora no Twitter e no Facebook.

Como o bom desempenho nas redes pode se refletir no Ibope, o SBT pretende jogar ainda mais fichas na segunda tela. “Estamos investindo em equipe e criação de plataforma para ter dados mais concretos sobre essa nova mídia”, diz Felice. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário