O chefe da Casa Civil do Estado, advogado Marcelo Weick, é uma das figuras mais agradáveis do governo Maranhão III. Bom de trato, educado e talentoso, o jovem advogado chegou aonde chegou por méritos próprios. Não foi por apadrinhamento político, nem filiação partidária.
Por isso que qualquer acusação sobre sua conduta chama a atenção. A primeira foi feita quando do seu exercício na Procuradoria Geral do Estado. O jornalista Rubens Nóbrega, do Correio da Paraíba, trouxe à tona uma operação ainda hoje obscura dentro do governo: o engavetamento de um processo em favor da anistia de R$ 12 milhões para a empresa Moinho Dias Branco, instalada em Cabedelo.
O assunto foi driblado. E Weick foi parar na Casa Civil.
Eis que vem nova acusação. A presidente do PRP paraibano, Maria da Luz, usou discurso no terceiro encontrão das oposições para dizer que Weick está assediando lideranças políticas em nome do governo para fermentar a reeleição de Maranhão.
Entre eles, o vereador Alcides da Weider, que teria chegado a ser convidado pessoalmente pelo chefe da Casa Civil.
Além disso, Weick teria articulado em abril para o PT do B Nacional pudesse convencer ao presidente do PRP Nacional, Vasco Rezende, a tomar a legenda na Paraíba para levar a Maranhão.
A chefia da Casa Civil confere a Marcelo Weick um poder que o legitima como sombra de Maranhão. O que ele disser, o que ele fizer, não tem como não ser visto como extensão do desejo do governador. Não tem como não convencer facilmente os eventuais interlocutores.
É preciso que a coisa seja bem esclarecida, no entanto. Maranhão está se preparando para entrar numa reeleição. Deve ter o maior cuidado possível para não misturar o governo com a campanha e a campanha no governo.
Há semanas, foi a secretária de Comunicação do Estado, Lena Guimarães, que acabou sendo flagrada conversando sobre pesquisa eleitoral com donos de veículos.
De todos os tons e discursos do encontrão em Sousa, o que deve servir de maior alerta foi o da presidente do PRP paraibano.
Ela apontou que a oposição, se não tiver cuidado, não vai enfrentar um candidato ao governo. Vai enfrentar um governo candidato.
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