Ricardo e Abílio: momento de rediscutir a relação
Aparentemente, o PTB provou que está unido. Pelo menos foi sem vozes divergentes que concluiu a reunião desta sexta em João Pessoa. Todos são unânimes, apesar da diversidade das intenções, na indicação do ex-deputado Carlos Dunga como candidato a vice-governador na chapa de Ricardo Coutinho.
Primeiro ponto, então, unidade. A reunião serviu ainda para frustrar a expectativa de alguns setores do governador José Maranhão e do senador Cícero Lucena, candidatos ao governo em frentes diversas (?), que esperavam rompimento já.
Mas, como já dissemos, o PTB joga com as cartas que tem porque tem consciência de que o equilíbrio da disputa valoriza o apoio dos aliados. O excesso de assédio, portanto, será sempre o melhor tesouro das legendas que não tem candidato próprio ao governo.
Então, atingimos a filosofia implantada pelo PTB nessa discussão. O partido está tentando exatamente recuperar o prestígio e o valor que tinha junto à aliança com o prefeito Ricardo Coutinho.
Como foi a primeira legenda a defender a aliança, o PTB viu partidos que chegaram mais recentemente, a exemplo do DEM, serem alçados à condição de aliados mais valiosos
Ao colocar obstáculos para o apoio, o PTB faz o caminho de volta. Valoriza o passe. E retoma à condição de ter que ser conquistado. Neste caso, por mais que se questionem a ética dos métodos, é preciso dizer que a legenda acerta.
Vai convocar, portanto, o prefeito Ricardo Coutinho para apresentar oficialmente o nome de Dunga. Com isso, ganhará tempo e chegará às portas das convenções como uma espécie de incógnita.
E a regra diz que somente os tolos revelam suas intenções claramente. Os sábios trabalham sempre com a dúvida, por isso são sempre procurados.
O que o PTB não pode é tornar o debate rasteiro. Como se estivesse a barganhar cargos e nada mais. Já que é pra disfarçar suas intenções junto aos candidatos ao governo, é bom que faça o mesmo com a opinião pública.
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