Por: jean gregório
O salário médio dos empregos formais gerados na Paraíba no ano passado cresceu 15,87% contra uma média de 5,24% do país. Apesar do aumento da remuneração dos trabalhadores admitidos, o Estado registrou o segundo pior desempenho do país ao alcançar valor médio de R$ 587,84. Em 2008, a remuneração média dos postos criados na Paraíba ficou em R$ 507,29.
De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), órgão vinculado ao Ministério do Emprego e Trabalho, a Paraíba ficou à frente apenas do Rio Grande do Norte (R$ 581,89) quando se refere à remuneração, enquanto a maior média salarial veio de São Paulo (R$ 913,48). Os Estados do Rio de Janeiro (R$ 841,79) e Distrito Federal (R$ 817,79) vieram logo em seguida.
No Brasil, a média de remuneração inicial subiu de 741,68, em 2008, para R$ 780,56, em 2009 (alta de 5,24%). Na região Nordeste, o maior salário médio foi gerado em Sergipe (R$ 766,23), que também obteve a quinta melhor colocação no ranking nacional. Já os Estados do Ceará (R$ 601,69), Paraíba (587,84) e do Rio Grande do Norte (R$ 581,89) apresentaram as menores remunerações dos 27 Estados, segundo o Caged.
No acumulado dos 12 meses do ano passado, foram admitidos 109,1 mil trabalhadores contra 95,8 mil desligamentos, gerando um saldo de 13,2 mil postos, recorde de empregos com carteira assinada da série Caged. O maior saldo anterior havia sido em 2006 (13.076). Os setores que mais contribuíram para o saldo foram comércio (4,9 mil postos), serviços (3,7 mil), construção civil (2,5 mil) e agropecuária (1,9 mil). O saldo de novos empregos cresceu 34,72% em 2009 em relação ao ano anterior (9,8 mil postos), mas a média salarial dos contratados não registrou a mesma performance.
O secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Estado da Paraíba, Edivaldo Nóbrega, afirmou que “o governo não tem culpa do salário ser o segundo menor do país. Apesar de pegarmos um Estado destroçado em fevereiro do ano passado em meio a uma crise econômica violenta, criamos, como afirma o Caged, o maior número de empregos do país. Esse é o dado mais positivo”, declarou.
Para o supervisor do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese-PB), Melquised Moreira, “a baixa remuneração média dos salários da Paraíba não é uma novidade, mas um reflexo das atividades econômicas que formam a base que geram o maior número de empregos formais no Estado. Comércio, serviços e agropecuária são normalmente os puxadores de contratações, mas não agregam valores altos em termos de salários como, por exemplo, os setores de ponta como Tecnologia da Informação (TI), petroquímica e outros segmentos da indústria. Outro fator importante nessa questão é que no ano passado a crise econômica afetou o saldo do emprego industrial voltado para exportação que geralmente possui remuneração mais alta e isso também deve ter achatado mais ainda a média que historicamente é baixa“, revelou.
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