Não resta dúvida de que os encontros são partidários e servem para reafirmar alianças e esquentar a militância. Mas também é verdade que não há incompatibilidade em fazer isso agregado a possibilidade de apontar para soluções e proposições administrativas para Paraíba.
Isso tornaria o encontro das oposições estimulante politicamente e rico administrativamente. O discurso do presidenciável José Serra, durante lançamento de pré-candidatura, por exemplo, teve viés político-partidário, mas não descuidou de apontar caminhos específicos nas diversas áreas para um Brasil que pode mais.
Isso até fortalece o discurso da militância.
Afinal, quem defende mudança deve propor mudanças. Percebe-se, ao contrário, que as manchetes extraídas de todos os encontros das oposições são políticas. Raramente, ou quase nunca, se referem a mudanças em pontos específicos da gestão pública estadual.
A idéia correta seria realizar encontros nas regiões para levantar os principais problemas e apontar as soluções. Há alguém colhendo essas reivindicações no mesmo empenho que se colhe assinatura dos prefeitos participantes? No lugar de apenas nomes, os encontrões não deveriam pedir sugestões programáticas para as lideranças participantes?
Essa falta de um tom programático nos discursos atenta contra a tese oposicionista. A oposição que se limita à crítica e não transpõe a fronteira da solução é fadada a ser chata e não redentora.
O primeiro encontro foi em João Pessoa. O segundo em Campina Grande. Agora, se projeta encontro em Sousa. Já é experiência o bastante para enriquecer o debate. No começo da pra se falar que a ausência de debate de desenvolvimento foi um “erro estratégico”. A partir do terceiro encontro a ausência de debate passará a se configurar em ausência de capacidade.
E isso é ruim.
Luís Tôrres
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