quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Previsão de inverno rigoroso Meteorologista prevê um aumento de 60% de chuvas acima da média. Ele alerta para enchentes na Paraíba

O próximo inverno será de muita chuva em toda a região do Semiárido paraibano, segundo a previsão do meteorologista Rodrigo Limeira, bacharel e mestre em Meteorologia. O especialista afirmou que utilizou conhecimentos técnicos com observações da natureza local, para chegar a previsão, que é de 50% a 60% de chuvas acima da média normal, durante os meses de fevereiro e maio de 2011. Ele chamou a atenção de agricultores e autoridades, sobre os perigos que as fortes chuvas podem provocar, principalmente para as zonas próximas a barragens e açudes. Mas de acordo com Marle Bandeira, da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (AESA), ainda não é possível prever o inverno do próximo ano, por causa das condições oceânicas precoces.


Precipitações devem registrar acréscimo nos meses de fevereiro e maio Foto: Rafaela Tabosa/ON/D.A Press
Para aqueles que acreditam nas experiências da sabedoria popular, a expectativa é de animação para os agricultores. Eles também esperam fortes chuvas nos próximos meses, devido o forte calor dos últimos dias e as chuvas que caíram nomês de agosto.

Conforme Rodrigo Limeira, a previsão foi realizada através dos seus conhecimentos técnicos, mas também através da observação da natureza. "Eu utilizei como base funções matemáticas, mas não segui nenhum módulo específico para a previsão. Como conheço bem a região e o meu trabalho exige uma boa observação da natureza, eu consegui chegar a uma previsão com grande nível de acerto no inverno deste ano, através das condições oceânicas do Atlântico Norte e Sul e da direção da velocidade dos ventos", informou.

Ele explicou que as chuvas fortes durante fevereiro e maio são normais porque fazem parte do período chuvoso, mas que o aumento entre 50% a 60% de chuvas poderá acontecer por causa da interferência do fenômeno La Niña, que corresponde ao resfriamento anômalo das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial Central e Oriental.

De acordo com o especialista, este fenômeno é o oposto do que aconteceu este ano no País, o El Niño, e que acabou interferindo no inverno da região do Semiárido paraibano, fazendo com que as chuvas reduzissem entre 50% e 60%. "De acordo com a minha previsão, acontecerá o oposto no próximo ano, o que antes estava abaixo da média, agora deverá ficar acima da média", disse o meteorologista.

Segundo a especialista da AESA, Marle Bandeira, pelo menos por enquanto ainda não é possível realizar uma previsão para o inverno do Semiárido, do próximo ano. Ela explicou que os meteorologistas da agência podem realizar uma previsão, em até no máximo, os próximos dois ou três meses. 

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