Saiu a fumaça branca. Os 115 cardeais reunidos no conclave no Vaticano escolherem o novo Papa da Igreja Católica, que tem mais de R$ 1,5 bilhão de devotos espalhados pelo mundo.
A fumaça branca saiu da chaminé da capela Sistina, seguida de badaladas do sino. Dentro de instantes será feito o anúncio oficial.
Após 13 dias da renúncia de Bento 16, a quinta votação do conclave, realizada na manhã desta quarta-feira (13), terminou com a escolha do novo papa.
A fumaça indica que os cardeais chegaram a um consenso sobre o próximo líder da Igreja Católica Apostólica Romana.A escolha foi realizada por 115 cardeais, sendo cinco brasileiros: dom Raymundo Damasceno Assis, 76; dom Odilo Scherer, 63; dom Geraldo Majella Agnelo, 79; dom Cláudio Hummes, 78; e dom João Braz de Aviz, 64.
O papa emérito Bento 16, 85 anos, não participou das cerimônias que marcaram o início do pontificado do seu sucessor. Bento anunciou sua renúncia no dia 11 de fevereiro em um discurso pronunciado em latim durante um encontro de cardeais no Vaticano. Ao justificar sua decisão, o pontífice de 85 anos alegou fragilidade por conta da idade avançada.
Pela liturgia, a primeira missa do papa eleito deve ser formal e simples. O novo papa deve se vestir de branco, sem os paramentos e o anel do pescador – símbolo do sucessor de São Pedro, usado no dedo anular direito. A missa é considerada um momento marcante, pois nela o papa indica como será seu pontificado.
Em sua primeira missa como papa, Bento 16 disse que seu esforço no pontificado seria em favor da unidade da Igreja Católica Apostólica Romana e da promoção dos contatos e entendimentos com os representantes das diferentes comunidades eclesiásticas.
A cerimônia chamada de coroação deve ocorrer nos dias que se seguem à eleição do papa. Na solenidade, o papa receberá as vestes e o sapato vermelho, além do anel de pescador. O cajado poderá ser entregue antes. A cerimônia costuma reunir apenas os cardeais e alguns religiosos – padres e freis – que atuam como assistentes.
Com a eleição do sucessor, Bento 16 espera conseguir colocar em prática sua pretensão ao renunciar em 28 de fevereiro: viver em oração. Até o final de abril, ele deverá morar em Castel Gandolfo, residência de verão dos papas, depois passará a viver em um mosteiro nos arredores do Vaticano. O local que servirá de moradia para Bento 16 está em reformas.
Sem sinalizar quando terminaria o conclave, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, justificou nesta quarta-feira (13) a demora na eleição do sucessor do papa emérito Bento XVI. Ele disse que o processo não segue o “tempo midiático”, mas o "de Deus". Segundo Lombardi, não é uma votação “fria e rápida”. Bem-humorado, o porta-voz negou que a fumaça – que é vista da chaminé da Capela Sistina – prejudique os afrescos existentes no local.
“Não estamos em um tempo midiático. Mas no tempo de Deus. É um momento histórico, com grande responsabilidade e respeitabilidade”, ressaltou o porta-voz. “É um momento importante da história da Igreja e da comunidade humana, de caráter moral e religioso”, acrescentou o porta-voz, que concedeu entrevista durante uma hora e 45 minutos.
Ao ser perguntado sobre como é produzida a fumaça, vista na Praça São Pedro, Lombardi explicou que ela é feita por meio químico. Segundo ele, são adicionados cinco elementos químicos diferentes para dar a coloração escura – que indica a
inexistência de consenso – e a branca, quando o papa é eleito.
O porta-voz negou que os afrescos da Capela Sistina sofram prejuízos em decorrência da fumaça. “Os afrescos estão em ótimo estado”, ressaltou, lembrando que o sistema utilizado para a queima dos votos dos cardeais é feito por meio de duas estufas, uma delas “bem moderna”.
Agência Brasil
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