quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Paraíba gera 13,2 mil empregos formais


Com menor impacto da crise global nas principais atividades econômicas, a Paraíba gerou, em 2009, o melhor saldo de empregos com carteira assinada de toda a série Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) ao alcançar 13,2 mil postos de trabalho, variação de 4,77% no estoque de empregos do Estado. Até então, o melhor saldo histórico da série Caged, iniciada pelo Ministério do Trabalho em 1999, havia sido em 2006 quando o Estado gerou 13.076 postos.

Nem mesmo o saldo negativo de dezembro de 975 postos influenciou o recorde de vagas criadas. No acumulado dos 12 meses de 2009, foram 109,2 mil trabalhadores admitidos contra 95,8 mil demissões (13.291). Houve variação positiva de postos de forma consecutiva nos sete meses (entre maio a novembro do ano passado), enquanto o mês de agosto com 6,7 mil postos foi o maior pico do ano.

Os setores que mais contribuíram para o recorde de geração de emprego formal na Paraíba em 2009 foram: comércio (4,9 mil postos), seguido de serviços (3,7 mil), construção civil (2,5 mil) e agropecuária (1,9 mil). Já a indústria de transformação não superou a forte queda nos postos de trabalhos nos quatro primeiros meses do ano (-7,6 mil) sofrida em decorrência da crise global e terminou o ano com saldo negativo de 268. Para se ter uma ideia do desempenho do emprego formal em 2009, o saldo cresceu 34,72% em relação ao ano anterior, quando foram criados 9,8 mil postos.

Para o consultor de empresas, Jairo Pontes, a combinação de forte demanda de consumo mantida pelos programas sociais do governo federal como Bolsa Família, incentivos fiscais com redução de IPI dos bens duráveis e de material de construção, e abertura de grandes empresas no comércio atacadista e de supermercados, além do potencial da Região e do Estado que vem despertando e atraindo novos investimentos explicam, em parte, do desempenho recorde de postos.

“Além de ser menos atingida pela crise global, a Paraíba se beneficiou também pela proximidade dos Estados de Pernambuco e do Rio Grande do Norte que crescem com taxas mais intensas e essa expansão repercute também no Estado. Outra razão de crescimento é que o Nordeste se transformou na ‘menina dos olhos’ das empresas do Centro-Sul do país, pois além do potencial de consumo as empresas do Sudeste e Sul que chegam à Região encontram menos concorrência”, lembrou Pontes, que aponta 2010 com um saldo maior do que do ano passado.

Em 2009, segundo a Junta Comercial do Estado da Paraíba, foram abertas 6,3 mil empresas, alta de 5,7% em relação ao ano anterior. Mais de 92% das empresas formalizadas na Junta (5,8 mil) foram de micro e pequenas empresas (faturamento até R$ 1,2 milhão/mês). Entretanto, uma das novidades de 2009 foi o crescimento de empresas médias e grandes que chegaram ao Estado, que passaram de 146, em 2008, para 451, no ano passado, alta de 208%.

No cenário regional, a Paraíba registrou o quarto melhor saldo no Nordeste em 2009, perdendo apenas para os três maiores PIBs da Região: Bahia (71,1 mil), Ceará (64,4 mil) e Pernambuco (46,7 mil). Esses três Estados concentraram 80% dos postos gerados no Nordeste (227,3 mil). A região registrou o segundo melhor saldo do país, perdendo apenas para o Sudeste (476 mil).

Diferente da Paraíba, o número de empregos com carteira assinada gerados no país foi o menor desde 2003. O Brasil criou em 2009, de acordo com dados do Caged, 995,1 mil empregos formais, alta de apenas 3,1%. Segundo o Ministério do Trabalho, os números de 2009 foram afetados pela crise financeira internacional, que diminui as contratações desde o final de 2008.

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