terça-feira, 16 de novembro de 2010

Transição: quem vai "gritar mais alto"?


Até agora o processo de transição de governo na Paraíba, se é que está existindo algum, não produziu informações oficiais. O governo Maranhão III não diz o que sabe. E a comissão de Ricardo Coutinho não diz o que descobre.
 
O silêncio de ambas as partes envolvidas é marca desse início de relação. Talvez seja natural. O governo que vai entrar não quer, por enquanto, se chocar frontalmente com o que vai sair, apesar de estar recebendo informações pouco alentadoras.
 
Ao que me consta, e por causa disso, a equipe de transição de Ricardo foi orientada a trabalhar como se praticassem yoga. Ricardo Coutinho não pode chegar à audiência com José Maranhão na próxima sexta de arma em punho. Nem vice e versa.
 
Não é à toa que não foi escalado um jornalista por parte da equipe de transição para acompanhar o processo. Quem tem saber das coisas, por enquanto, pega as informações direto na fonte.
 
Mas essa república do silêncio tem os dias contados. E por questões não apenas de responsabilidade de revelar ao paraibano informações públicas sobre a atual situação financeira e administrativa da Paraíba.
 
Mas por questões estratégicas mesmo. Optando pelo silêncio, a equipe de transição do novo governo permitirá que o discurso oficial do governo atual se sobreponha , criando um ambiente de equilíbrio fiscal, eficiência administrativa e bonança orçamentária.
 
Tudo o que a nova oposição quer para começar a cobrar resultados de Ricardo Coutinho já no meio dia do dia 1º de janeiro de 2011. Nada que remonte ao inchaço da folha, dívida com fornecedores e acordos judiciais onerosos às contas do Estado.
 
A não ser que esteja tudo bem com as contas do governo Maranhão III, o que me parece pouco provável, Ricardo Coutinho terá que deixar muito claro e mastigado para o paraibano que as medidas administrativas tomadas na atual gestão comprometerão o início do novo governo.
 
Porque ele vai precisar desse discurso para conter as ansiedades populares no início de gestão.
 
Parceiro dos sensatos, o silêncio, neste caso, será um péssimo conselheiro. 

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